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Porque escrevi este livro

Sou fascinado pelas histórias do futebol. Em especial, por aquelas que mostram este esporte como algo muito maior que 22 pessoas correndo atrás de uma bola. O Futebol é muito mais que isso: ele é feito de amor e ódio, de glórias e tragédias, de euforia e depressão. Como as nossas vidas, só que tudo muito mais intenso, muito mais forte e em muito menos tempo. O futebol é a vida em uma embalagem concentrada.


E entre essas grandes histórias, está a da conquista da Copa do Mundo de 1958. Foi nossa primeira vez e, como em qualquer primeira vez, foi inesquecível. Todos aqueles que viveram aquele momento relembram como um dos maiores - e muitas vezes o maior - de suas vidas.


Dentro dessa incrível epopeia, há outras. Tão incríveis quanto. E uma delas sempre me fascinou: a velha história de que o time de 1958 estreou branco, com os principais jogadores (negros e mestiços) na reserva. O tempo mudaria isso de forma inapelável e, se não ocorresse, dificilmente conseguiríamos aquele título.


Sempre achei incrível a superação dos jogadores negros. Essa história era, para mim, cinematográfica, hollywoodiana. Alguém tinha de contá-la para as novas gerações. E, por alguns anos, visitava as livrarias, as bibliotecas e cineclubes, procurando por um livro ou filme que contasse esse episódio. Mas nunca encontrei.


O tempo foi passando e muitos daqueles que viveram a história se foram. Aos poucos, me dei conta que a incrível história poderia ser esquecida, ficar para trás, ser enterrada junto com seus protagonistas e seus expectadores. E foi então que resolvi encarar a tarefa - hercúlea - de publicar um livro contando esta história.


Não foi fácil. Em muitos momentos, parecia uma loucura. Uma missão impossível. Era um episódio complicado, com um tema delicado. Os próprios jogadores nunca falaram abertamente do ocorrido. Mas as informações estavam no ar. Os indícios estavam à procura de alguém que as resgatasse do esquecimento.


Coube a mim, portanto, contar essa história. É um trabalho que me deu muita alegria e orgulho. E que, espero, ajude os brasileiros a conhecer um pouco mais de nossa incrível trajetória futebolística e, mais do que isso, relembre como o racismo é um mal para a nossa sociedade e, por isso, precisa ser combatido.


FÁBIO MENDES





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